Eira Pedrinha é uma aldeia do concelho de Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra. O Rancho Folclórico e Etnográfico de Eira Pedrinha, inserido na região etno-folclórica do Baixo Mondego, foi fundado em 1983, como resposta à necessidade de preservar a história, os usos e os costumes da aldeia de Eira Pedrinha. Da necessidade de preservar toda a história, cultura, usos e costumes da terra surge em 1983 a ideia de formar um Rancho Folclórico que em 2003 adquire a actual denominação: Rancho Folclórico e Etnográfico de Eira Pedrinha.
Ao longo dos anos de existência, o grupo tem vindo a desenvolver a sua actividade no sentido de salvaguardar, divulgar e reproduzir o mais fielmente possível as vivências, o trajar, as danças e os cantares das gentes da região de Condeixa e da Serra de Sicó, entre o final do séc. XIX e o início do séc. XX.
A vida muito simples e essencialmente ligada às actividades agrícolas e religiosas é reflectida nos trajes apresentados. São essencialmente trajes de trabalho no campo, alguns de vendedeiras, outros de romaria e de domingo, e ainda os noivos e lavradores mais abastados, sem esquecer as crianças.
As danças são também reflexo do estilo de vida de trabalho. São na maioria danças de roda a passo de passeio ou de valsa, a maioria à voz do mandador.
Além da representação em Festas e Encontros de Folclore, zela pela preservação de tradições da aldeia e tem a seu cargo o Museu Etnográfico de Eira Pedrinha onde estão guardados e expostos a maioria dos objectos e utensílios antigos que constituem o espólio do grupo.
É filiado na Fundação INATEL e sócio efectivo da Federação do Folclore Português.
Manuel Ferreira
Presidente
João Lima
Vice-Presidente
Susana Ferreira
Secretária
Milú Teodósio
Tesoureira
Virgílio Figueiredo
Vogal
Isabel Rato
Vogal
Cláudia Rato
Vogal
O festival realiza-se todos os anos, normalmente em Agosto, nas instalações da Comissão de Melhoramentos de Eira Pedrinha. A par do festival, realiza-se também nesse fim-de-semana um outro evento cujo tema pode variar de ano para ano. É exemplo deste evento a Feira das Sopas, onde são apresentadas sopas tradicionais da nossa terra, ou o Desfile de Vestidos de Noiva Antigos (com mais de 25 anos). Durante todo o fim-de-semana realiza-se uma Mostra de Artesanato, onde participam artesãos da região.
A luz é cortada na aldeia, as pessoas vestem-se a rigor, com xailes e lenços na cabeça, acendem-se velas, lampiões de petróleo e archotes, e espalha-se palha de arroz no chão da capela.
No dia da Mulher, é já habitual realizarmos uma caminhada pelas ruas e trilhos do concelho de Condeixa, na qual só participam mulheres. Os homens (quer sejam elementos do grupo ou não) ficam encarregues da realização do almoço, da entrega das lembranças e de arranjar o bolo comemorativo.
Durante muitos séculos e até há uns anos relativamente recentes, não era permitido pela Igreja comer carne na Quaresma, sem que se pagasse o imposto à Igreja Católica (a bula). Durante essas sete semanas reinava o fiel amigo bacalhau. Chegado o domingo de Páscoa e uma vez que já se podia comer carne, era altura de pôr o bacalhau de parte. Foi a propósito desta mudança dos hábitos alimentares que os nossos antepassados fizeram esta brincadeira que se traduz numa pequena peça de teatro que se representava na aldeia e nas aldeias limítrofes no domingo de Páscoa e nos dois domingos seguintes. Nos primeiros anos, cerca dos anos 40, as personagens eram todas interpretadas por homens: O BACALHAU que, como se compreende, é o réu; a QUARESMA que é a viúva; o DEFENSOR, advogado de defesa do réu; a PÁSCOA, que é a acusação; o CARRASCO que vai ameaçando o réu à espera que este seja condenado para o levar à forca; o calmo e respeitável JUÍZ; um OFICIAL, coxo, gago e meio tolo; e finalmente, um PADRE, que diz o sermão onde elogia o bacalhau e condena a Páscoa.